Dedicado ao Rev. Heládio Santos, exemplo de espiritualidade e sabedoria.
INTRODUÇÃO
A igreja de Jesus deve ser, para os que dela fazem parte, uma comunidade
terapêutica, a estalagem para onde foi levado o homem ajudado pelo bom
samaritano (Lucas 10 : 34). Muitas são as organizações e comunidades que
se apresentam para dar às pessoas reconhecimento e socorro, quando a
igreja de Jesus é que deveria estar chegando a esse objetivo. Até mesmo
no meio evangélico as organizações para-eclesiásticas (Desafio Jovem,
G12, etc), algumas das quais não são doutrinariamente ortodoxas, estão
propondo-se a atingir o alvo que a igreja deveria alcançar.
Infelizmente, as comunidades que se professam cristãs, em sua grande
maioria, estão tendo uma organização de empresa, com vários
departamentos, onde a pessoa é considerada na categoria a que pertence,
como se não tivesse que ser considerada em sua individualidade. A Bíblia
protesta contra essa organização impessoal da estrutura da igreja,
ensinando-nos a ser a família de Deus (Efésios 3: 14 e 15). Para este
fim, a Escritura propõe a reunião em casas e a ceia do Senhor praticada
em reuniões fraternais (Atos 2:46: Atos 5:42). No entanto, de nada
adianta termos uma estrutura de organização favorável à comunhão, se não
tivermos a sabedoria para conviver. A Bíblia diz: “Quem dentre vós é
sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em
mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja e sentimento
faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a
verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e
diabólica. Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há
perturbação e toda obra perversa. Mas a sabedoria que vem do alto é,
primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Ora, o
fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.”(Tiago
3:13-18).
Nos nossos dias temos visto intrigas, incompreensões, traumas e doenças
nervosas surgindo no seio da igreja. O objetivo do presente artigo é dar
alguns conselhos para a boa convivência entre os cristãos, a fim de que
a igreja possa cumprir a sua missão de ser uma comunidade terapêutica.
PRIMEIRO CONSELHO : Aprenda a ver o outro como outro
Quando o apóstolo Paulo disse, em certa ocasião, que se havia feito de
judeu para ganhar os judeus e de gentio para ganhar os gentios, ele
estava falando de renúncias de sua parte. No contexto de sua digressão,
ele já tinha dito, inclusive, que optara pelo celibato e por não ser
remunerado pela Igreja, a fim de que pudesse pregar com maior liberdade e
sem qualquer obstáculo perante os homens. Agora, ele estava dizendo
que, muito embora não estivesse sob as regras judaicas que limitavam o
comportamento humano, ele quis adotar, entre os judeus, o mesmo estilo
restrito de vida que o deles, a fim de ganhá-los para Cristo, não
ferindo-lhes a sensibilidade cheia de escrúpulos. Perante os gentios,
Paulo fez-se como os gentios, não praticando seus costumes pecaminosos
como alguns poderiam pensar, mas convivendo com eles e participando com
eles da mesa. Como Jesus, Paulo comeu com os pecadores. Para o pregador
dos gentios, isso era um sacrifício, pois os pagãos, em seus modos,
feriam a sensibilidade dos judeus, não seguindo as normas hebraicas de
higiene e comendo animais considerados impuros, conforme se conclui da
leitura de Atos 10:10-16. O apóstolo Paulo também disse que se fez como
os fracos, não como os moralmente fracos, mas como os fracos de
consciência, os quais mostram-se com a consciência cheia de escrúpulos,
sendo demasiadamente radicais (Rom. 14 : 2).
Em uma carta escrita a Miss March, John Wesley disse:“Não limite sua
conversa a pessoas gentis e elegantes. Eu gostaria disso tanto quanto
você, mas eu não posso descobrir um precedente para essa atitude quer na
vida de nosso Senhor ou de qualquer dos apóstolos”(JWL 6:207). Em uma
carta complementar, Wesley explicou a Sra. March que ele não estava
pedindo que ela buscasse seus amigos e companheiros“entre os pobres,
deselegantes e iletrados”, e sim que “visitasse os pobres, as viúvas, os
doentes, os orfãos em sua aflição; sim, embora eles não tenham nada que
os recomende a não ser que foram comprados com o sangue de Cristo. É
verdade que não é agradável à carne e ao sangue. Há milhares de
circunstâncias geralmente ligadas a isso que chocam a delicadeza de
nossa natureza, ou antes, de nossa educação. Mas as bençãos que se
seguem a esse trabalho de amor irão mais do que equilibrar a cruz”(JWL,
6: 208 - 9).
Para dar um exemplo de como os pequenos podem influenciar positivamente
os grandes, citemos um episódio da vida do grande pregador D. L. Moody.
Em 1868, Moody teve uma experiência que iria transformar o seu
ministério. Isso aconteceu quando ele ouviu Henry Moothouse, um
ex-batedor de carteira convertido, pregar sobre o amor de Deus usando o
texto de João 3:16. Referindo-se a isso, Moody disse: “Antes, eu
costumava pregar que Deus estava atrás do pecador com uma espada de dois
gumes, pronto para abatê-lo. Agora, eu prego que Deus vai atrás do
pecador com amor e que o homem é que está a correr do amor de Deus.”
É preciso lembrar ainda que, na Igreja, temos pessoas que foram educadas
de modo diferente e em ambientes diferentes, e, apesar da natureza
pecaminosa ser uma só, o ambiente em que a pessoa nasceu e a educação
que ela recebeu, bem como as experiências pelas quais passou,
favorecerão a que ela se sinta mais tentada por uns pecados do que por
outros. Assim, por exemplo, uma criança com aspecto gentil que todos
dizem que é homossexual será fortemente tentada a sê-lo, pois a
sociedade preconceituosa dirá que ela é do sexo diferente do biológico,
mesmo que ela não seja. Se essa pessoa não estiver diante de Deus por
meio de Cristo, e não levar em conta só o que Deus acha dela, por certo
só terá a sociedade diante de si. Assim, ela prefere ser o que a
sociedade vê nela do que não ser ninguém, caindo no pecado do
homossexualismo. Cabe à Igreja ser uma comunidade diferente do mundo,
onde as pessoas são reconhecidas em sua sexualidade natural. Não somos
nós quem oprimimos os homossexuais, mas sim o mundo. Nós queremos que
eles se aceitem do modo como são biologicamente, mas a sociedade quer
“recriá-los” a partir de critérios seus.
De modo semelhante, poderíamos dizer que aqueles que receberam uma
educação para serem intelectuais, lendo constantemente e tendo hábitos
metódicos, serão mais tentados ao orgulho, ao egoísmo e, em decorrência
dos hábitos que não devem ser quebrados, à impaciência. Aqueles que não
foram educados para o aperfeiçoamento intelectual e para a disciplina
serão tentados à prática da fofoca, do mexerico e de atos mesquinhos.
Muitos descrentes criticam certos cristãos por, aparentemente, serem
mais fracos para certos erros que eles. Essas pessoas não deveriam
comparar os crentes consigo, mas sim, os crentes com o que eles foram
antes da conversão, e, por sua vez, deveriam descobrir seus próprios
erros para, então, examinarem se, no decorrer do tempo, melhoraram
alguma coisa.
Vejamos como C. S. Lewis se expressou sobre esse assunto no seu livro
Cristianismo Autêntico:“O estado psicologicamente mau não é um pecado,
mas uma doença. Não é preciso dele se arrepender, e sim ser curado. E,
diga-se de passagem, isso é muito importante. Os homens julgam-se uns
aos outros por suas ações exteriores. Deus os julga por suas escolhas
morais. Um neurótico, que possui um horror patológico por gatos, tendo
forçado a si mesmo a pegar um gato no colo, por alguma razão, é bem
possível aos olhos de Deus que ele tenha demonstrado mais coragem do que
um homem sadio que tenha feito jus a ganhar a Condecoração da Cruz de
Malta. Alguém que tenha sido pervertido desde jovem, tendo aprendido que
a crueldade é uma coisa certa, ao praticar um pequeno ato de bondade,
ou se abster de algum ato cruel, correndo o risco de ser desprezado
pelos seus companheiros, talvez aos olhos de Deus tenha feito mais do
que nós faríamos se déssemos a vida por um amigo.
“(...) Eis as razões por que se diz aos cristãos que não devem julgar.
Só vemos os resultados das escolhas feitas com a matéria-prima de cada
um. Mas Deus não julga ninguém com base nessa matéria-prima, mas sim
segundo o uso que faz dela. A maior parte da configuração psicológica do
homem é provavelmente devida a seu corpo; quando este morrer tudo
desaparecerá com ele, e a parte central real do homem, aquilo que
escolhia e que fazia o melhor ou pior uso do seu material, aparecerá em
sua nudez. As belas coisas que supúnhamos serem nossas, mas que eram na
verdade devidas a uma boa digestão, cairão de alguns de nós; as coisas
torpes que eram devidas a complexos ou à má saúde, cairão de outros.
Pela primeira vez, então, veremos cada um como realmente é. Haverá
surpresas.”
Dignas de serem lidas também são as conclusivas palavras do professor de
Oxford: “Mas se você é uma pobre criatura, envenenada por uma má
educação num lar cheio de ciúmes vulgares e de brigas absurdas, alguém
que tenha sido vítima de uma detestável perversão sexual, independente
de sua vontade, uma pessoa importunada por um complexo de inferioridade
que a faz gritar com os seus melhores amigos, não desespere. Cristo sabe
de tudo. Você é um dos pobres a quem Ele abençoou. Cristo conhece a
máquina ruim que você tenta dirigir. Prossiga. Faça o que puder. Um dia
(talvez no outro mundo, ou quem sabe muito antes do que você pensa), Ele
jogará essa máquina no ferro velho e lhe dará uma outra. E então você
vai surpreender a todos, inclusive a você mesmo, porque aprendeu a
dirigir numa escola muito difícil.(Alguns dos últimos serão os
primeiros, e alguns dos primeiros serão os últimos).”
A tendência carnal para a autojustificação engana as pessoas de modo que
elas consideram suas imperfeições menos graves do que a das outras. A
familiaridade com determinados erros poderá nos endurecer ou
insensibilizar, a ponto de não os vermos como pecados, enquanto, muitas
vezes, o pecado do outro, por estar distante de nós,é entendido como
merecedor de grande castigo. A curiosidade, por exemplo, é um grande
pecado. Santo Agostinho reconheceu-se pecador pelo fato de, antes da
conversão, tê-la na sua vida. Muitos hoje, todavia, caem nessa
transgressão sem vê-la como uma iniquidade. O sábio da Bíblia nos
ensinou que “todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o
Senhor pesa os espíritos”( Prov. 16 : 2). Se compreendêssemos isso
corrigiríamos o nosso irmão com misericórdia.
“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós,
que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando
por ti mesmo, para que não sejas também tentado...Porque se alguém
cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Mas prove
cada um a sua própria obra e terá glória só em si mesmo e não noutro”
(Gálatas 6: 1, 3 e 4).
Os homens deste mundo procuram o conhecimento na Ciência. As ciências
naturais objetivam o conhecimento da natureza para subjugá-la, fazendo-a
atender a fins humanos. As ciências chamadas humanas tem por objetivo o
domínio dos homens sobre os outros (ciência política) ou o domínio das
relações de convivência (Direito e Sociologia). A Ciência é o
conhecimento que domina o seu objeto.
Existem crentes que querem conhecer os outros para dominá-los, fazendo
de seu próprio irmão o objeto de sua ciência. Procuram estar atentos aos
erros do outro para dominá-lo, tendo sempre argumentos contra ele.
Assim, o cientista religioso se imuniza de ataques de terceiros, pois
ele tem sempre o que dizer do outro, bastando apenas consultar os
arquivos de sua memória. Um se promove como “santo” às custas dos
pecados do outro que por ele são julgados e, publicamente, condenados.
No seu inspirativo livro intitulado O caminho do Coração, Ricardo
Barbosa de Souza diz que “os moralistas mais intolerantes e implacáveis
no seu julgamento e condenação para com o próximo geralmente carregam
alguma tara ou desvio moral inconfessado. Mas, como não gostamos de nos
confrontar com nosso próprio pecado, fazemo-lo com o dos outros. Nossas
igrejas estão repletas de ‘experts’ da vida alheia, porém são poucos os
que sabem sobre sua própria vida. É muito comum encontrarmos ‘profecias’
sobre a vida dos outros, mas são poucos os profetas que olham e
conhecem o seu próprio coração”.
O amor, ao contrário da ciência, é o conhecimento pela entrega. Aqui não
conhecemos o outro como objeto a ser dominado, mas como pessoa a qual
devemos nos entregar, por isso o conhecimento amoroso confia e acredita
nas pessoas, esperando delas sempre o melhor. Jesus não nos conheceu
pela ciência, pois por este caminho nunca teria vindo morrer por nós, já
que não merecíamos tal sacrifício. Jesus, todavia, conheceu-nos pelo
amor e, por este motivo, entregou-se por nós. Ele não deu-se por nós
porque éramos justos, mas porque, em amor, nos viu justos por meio da
expiação que cumpriria por nós.
“...A ciência incha, mas o amor edifica. E, se alguém cuida saber alguma
coisa, ainda não sabe como convém saber.”(I Cor. 8 : 1 e 2).
“O amor é sofredor....não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas
folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I
Cor. 13 : 4 - 7).
SEGUNDO CONSELHO : Não espiritualize suas preferências pessoais
“Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias.
Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo. Aquele que faz
caso do dia, para o Senhor o faz. O que come para o Senhor come, porque
dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não come e dá graças a
Deus”(Rom. 14 : 5 e 6).
Uma outra grande causa de contendas entre os irmãos é a falta de
compreensão da diferença entre opinião e doutrina. Em questões de
doutrina devemos ser irredutíveis (Rom. 16:17). Em questões de opinião
devemos ser tolerantes (Rom. 14:1). A doutrina é o que está prescrito na
Bíblia, enquanto a opinião diz respeito às nossas preferências. Se as
nossas preferências, muito embora não estejam na Bíblia, baseiam-se no
bom senso, devemos expô-las ao nosso irmão, mas não podemos rejeitá-lo
se não seguí-las.
Muitas pessoas espiritualizam as suas opiniões, tradições e situações,
de modo a terem por pecadores todos os que não se conformam a elas.
Assim, alguns menonitas que, tendo se distanciado da sociedade, mantém
costumes medievais, julgam ser pecado a remoção da barba pelo homem.
Outros dizem que usar bigode é que é pecado. O ignorante julga o
pregador estudioso como alguém sem unção do Espírito, dizendo que ele só
tem letra. O erudito julga o que não possui os seus conhecimentos
extrabíblicos como incapaz de ler as Escrituras e compreendê-las. A irmã
de menor poder aquisitivo julga a que, tendo condições financeiras,
comprou uma roupa nova como vaidosa, enquanto a pessoa próspera julga o
necessitado como alguém sem fé no poder supridor de Deus.
Segundo John Stott, em seu livro Cristianismo Equilibrado, “questões
como estas surgem de diferenças temperamentais básicas. Porém, não
devemos permitir que o nosso temperamento nos controle. Pelo contrário,
devemos deixar que as Escrituras julguem nossas inclinações naturais de
temperamento. Caso contrário, acabaremos por perder o nosso equilíbrio
cristão”.
TERCEIRO CONSELHO : Aprenda a estar só - Muller
“Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos...”(I Cor. 9 : 19).
O conceito de pessoa envolve o conceito de relacionamento. Nós somos
pessoas perante alguém. Por esta razão, Martin Buber diz que as coisas
devem ser usadas, mas as pessoas devem ser amadas. Deus é pessoal,
porque Ele é amor, nele há amante e amado, Pai, Filho e Espírito Santo,
sendo um pessoa diante do outro.
Quando não éramos crentes, procurávamos o reconhecimento dos outros
homens para nos sentirmos pessoas. No entanto, após a conversão, nós
fomos justificados perante Deus mediante Jesus Cristo (Rom 5:1). Agora,
na medida em que nos relacionamos com Deus, somos maximamente pessoas,
pois somos pessoas frente ao Ser absoluto. Quando maior for a nossa
comunhão com Deus, mais estaremos libertos dos outros homens, não
necessitando do reconhecimento que eles nos possam dar, nem se abalando
com as suas críticas, muito embora fiquemos entristecidos pelo estado de
decadência espiritual daqueles que nos criticam injustamente.
Quando o crente anda em comunhão profunda com o Senhor, ele está livre
de todos, pois é pleno no Senhor (I Cor. 3: 21). No entanto, ele vai em
direção ao outro para amá-lo, não por necessidade, mas pela livre
escolha de amar assim como Deus o amou (I Cor. 13:5; Rom. 13:8). A
verdadeira comunhão é aquela na qual cada um tem...(I Cor. 14 : 26).
Assim, se cumpre o dito de Lutero:
“Um cristão é um senhor livre sobre todas as coisas e não submisso a ninguém.
Um cristão é um ser obsequioso de todas as coisas e submisso a todos.”
Somente quando o crente aprende a estar só com Deus e nEle se realizar é
que ele poderá amar e se relacionar bem com os outros. Bonhoeffer diz
que muitos convivem problematicamente com os irmãos, porque estão
procurando a comunidade para que possam fugir de si mesmos, pois não
comungando com Deus, não suportam a si próprios. E eles lançam sobre a
comunidade o que nem eles mesmos podem suportar.
Devemos nos construir em Deus na solitude para que, em seguida, possamos
levar o melhor de Deus ao nosso irmão. Não confundamos, todavia, a
solidão melancólica e a introspecção que nos leva a procurar a nós
mesmos, e não a Deus, com o andar só com o Senhor.
O Dr. Lloyd-Jones observa o seguinte:
“Vejo cada vez mais que a maioria das dificuldades da vida cristã
deve-se ao fato de que somos demasiado subjetivos e passamos muito tempo
examinando-nos a nós mesmos e tomando o nosso pulso espiritual, por
assim dizer. A cura para muitas doenças e enfermidades da alma está em
dar atenção à grande verdade objetiva, a glória da nossa redenção e
salvação” (A UNIDADE DA IGREJA).
“Auto-avaliação é coisa boa, mas introspecção é ruim. Vamos mostrar a
diferença entre essas duas coisas. Podemos examinar a nós mesmos à luz
das Escrituras, e se fizermos isso, estaremos sendo conduzidos a Cristo.
Mas com a instrospecção, um homem olha para si mesmo e continua fazendo
assim, e se recusa a ser feliz até que possa se livrar das imperfeições
que ainda estão ali. Oh, como é trágico o fato de ficarmos gastando
nossas vidas olhando para nós mesmos em vez de olharmos para Aquele que
pode nos fazer livres”(O CLAMOR DE UM DESVIADO).
É também importante que encontremos nossa plenitude em Deus, a fim de
que, por fraqueza ou necessidade de auto-afirmação, não tentemos
impressionar os outros como os fariseus (Mateus 6:1-6) ou mesmo,
tentemos viver em função de agradá-los, pois homens como Paulo não se
inibiam com as calúnias (II Cor. 6: 8 - 10). Há crentes que vivem dando
satisfações e explicações para tudo que fazem.
Jorge Muller disse:
“Veio um dia em que eu morri, morri completamente, morri para Jorge
Muller, suas opiniões, preferêncas, gostos e vontade, morri para o mundo
- sua aprovação ou censura; morri para a aprovação ou censura até dos
meus irmãos e amigos e, desde aquele dia, tenho-me esforçado somente por
apresentar-me diante de Deus aprovado”.
REV. Glauco Barreira Magalhães Filho
Membro do Presbitério Anabatista da Igreja em Fortaleza
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